Artigo nº 002 - chamamento à participação cidadã

O povo brasileiro tem a obrigação de defender a Petrobrás e a democracia


06/03/15 - Ontem, o aluno Fernando me enviou um e-mail em que perguntava: ''Boa noite professor, a minha duvida é saber de que forma os aumentos na conta de luz e na passagem de ônibus irão alterar a economia brasileira...''.

Com algumas alterações feitas agora aqui respondi-lhe argumentando: A subida da luz e das passagens tem impactos diferentes na economia. O aumento das passagens impactam diretamente os trabalhadores, que normalmente precisam do ônibus para o translado cotidiano casa-trabalho-casa. Já a subida da tarifa de luz e energia tem um impacto mais geral: além de afetar o orçamento doméstico, tem um impacto também sobre as planilhas das empresas, que tem por vício e necessidade o costume de repassar seus aumentos de custos para o consumidor (ou seja: para a sociedade em geral). Como se pode ver há um impacto no custo de vida. É preciso, contudo, constatar que há uma crise global do mundo capítalista, que se complica com a queda do preço do petróleo provocada pela extração de petróleo e gás por francking, que vem sendo realizada em larga escala nos Estados Unidos. Finalidade: minar os governos de países petrolíferos (Venezuela, Brasil, Síria, Irã, Rússia...). No Brasil, os que perderam as eleições (o setor mais radicalmente neoliberal: PSDB), em conluio com as grandes empresas privadas mundiais do petróleo, querem forçar o governo Dilma a desenvolver uma política mais acirradamente neoliberal: entregando e vendendo a nossa Petrobrás ao setor privado. Chegam mesmo a ameaçar Dilma com um golpe: via Operação Lava-Jato, articulações envolvendo empresários, políticos golpistas, alguns juízes e a mídia, que tenta provocar uma mobilização popular anti-PT. Só que todos os partidos estão ligados ao dito 'propinoduto' e a Dilma não tem envolvimento com a Lava Jato. Os golpistas estão nervosos. Que o povo saiba defender quem ele mesmo escolheu em processo eleitoral recentíssimo.

Indo além da resposta dada por e-mail, vale lembrar que Dilma recebeu voto de gente de todo o país, cerca de 54 milhões de votos e não parece estar disposta (e que siga assim) a entregar a Petrobrás. O próprio José Serra (PSDB-SP) já soltou qual é a solução de seu partido para o Caso Petrobrás: Privatizar. É bom que se observe que o PSDB está envolvido em vários escândalos e além disso está a atacar o povo em todos os estados onde conseguiu eleger governador.

Em viagem que fiz recentemente, conheci um paulista que tem um parente que trabalha na Sabesp (empresa responsável pela água de São Paulo). Segundo ele me informou, às vésperas de entrar o verão, o governo de São Paulo, alegando evitar o alagamento de cidades vizinhas ao sistema Cantareira, resolveu abrir as compotas, deixando fluir boa parte da água armazenada neste importante reservatório. Com a chegada do verão, "período menos fadado à chuvas", o reservatório foi minguando muito rapidamente. O governador Alckimin e os vampiros privatistas rapidamente se aproximaram para propor duas ''inéditas'' soluções: a dessalinização da água do mar (que seria feita por uma empresa israelense) e a construção de uma infra-estrutura de ligação do Complexo de águas paulistas com o rio Paraíba do Sul que está na divisa de três estados: SP-RJ e RJ-MG. Tudo isso para atrair empreiteiras estrangeiras como necessitam e pedem e querem as duas maiores ditaduras do planeta: Estados Unidos e Israel. Vejam que as duas supostas soluções são absurdas, mas a dessalinização é ainda mais ridícula: pois o Brasil não é um deserto.

Já o segundo estado, cujo governador é Beto Richa do PSDB, é o Paraná. Ali o governador, em menos de dois meses de governo conseguiu desagradar todo o funcionalismo público, inclusive os aposentados e pensionistas (já que Richa ameaçou meter a mão no dinheiro da previdência). Em 3 de março último, o jornal digital ''Brasil 247'', fez uma excelente reportagem sobre o tema em que esclarece bem a situação:

''Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta terça-feira no jornal Gazeta do Povo, revela que nada menos que 76% dos paranaenses rejeitam o governo do tucano Beto Richa, que foi reeleito em outubro do ano passado; gestão vem sendo marcada por greves em todo o funcionalismo público, que se intensificaram depois que Richa tentou usar a previdência dos servidores para pagar salários; instituto dirigido por Murilo Hidalgo aponta, ainda, que se eleições fosse hoje, Richa não seria reeleito; situação caótica pesou na decisão de líderes do PSDB, que, na última sexta-feira, desembarcaram, ao menos oficialmente, da tese do impeachment da presidente Dilma Rousseff''.

Se quiser ter acesso à matéria: clique aqui. Para concluir, é preciso olhar o mundo. A volta da estratégia golpista por parte da elite mundial não se dá só no Brasil: estão a serem tentadas e testadas em diversos outros países: Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia, Rússia, China, Síria e Irã, para citar os principais. Esses golpes, que tem o pomposo nome de ''Revoluções de Color'' ou ''Revoluções Coloridas'', são impossíveis sem o uso da grande mídia, que tenta arregimentar parte do povo que vem tendo suas almas lavadas e enxaguadas pela grande mídia e pelas igrejas abertamente capitalistas. Juntando alienação com fundamentalismo, estas elites (embasadas nos sociólogos da teoria das elites como Mosca, Pareto e Michels, para não falar do sociólogo reacionário francês Gustave Le Bon e do mais recente Gene Sharp), são da opinião de que as massas estão aí para serem usadas e manipuladas. Elas são (e não estão) desorientadas e precisam de uma voz de comando. Na verdade estes autores e políticos das elites veem o povo pobre como bois e vacas e não como homens e mulheres, cidadãos e cidadãs. Tem por hábito enxovalhar qualquer tipo de democracia, ridicularizando e desestimulando a capacidade (organizativa) dos (mais) pobres. Só para esclarecer: estes teóricos fundamentaram e fundamentam o ''ideário'' fascista. Apontam para os pobres o altar da vitória, mas o povo, para eles, não passa de bucha de canhão da grande elite, que só pretende usá-los para obter mais riqueza e fortuna. Para os que pensam que o Brasil está muito longe disso: clique aqui: surgiu há um mês os Gladiadores do Altar e alguma coisa precisa ser feita contra, pois isso é fascismo!

Mas, por outro lado, o povo que não está anestesiado e entende a importância do momento, está puxando várias passeatas em todos os estados do país para o dia 13 de março (sexta-feira) em defesa da Petrobrás, da democracia e da reforma política: no Rio ela partirá da Candelária à Cinelândia: ver aqui. Lembre-se, ao dinheiro do Pré-Sal, conforme aprovado por Dilma no ano passado, está atrelado verbas para a Educação e a Saúde. Além disso, a Petrobrás investe fortemente em cultura brasileira: Cinema, MPB, Carnaval, futebol e lazer. Não podemos perder mais este suporte às políticas sociais que tanto necessita o nosso povo. Como dizia a campanha popular que levou ao surgimento da Petrobrás: 'O petróleo é nosso!'.

Renato Fialho Jr.